Arrastamo-nos e afundamo-nos cada vez mais nos lodaçais mal cheirosos e peganhentos. A justiça é manipulada pela comunicação social e pelos grupos de interesses que estão por detrás deles.
Hoje atingimos a subterrâniedade máxima: o "Jornal" Público e o seu inenarrável director, arrastaram, pelas ruas, à frente da populaça, o cadáver de um homem. Como nos tempos da Inquisição - perdão do Tribunal do Santo Ofício -, como em Mogadíscio foram arrastados os cadáveres dos soldados americanos. O gozo era tão evidente que escorria da primeira página do "jornal" da SONAE a baba viscosa do carrasco. A TVI, a beata, berrava, com a lascívia dos diáconos, que o Procurador Geral da República era um mentiroso. Só porque este, timidamente, tinha atirado uma pequena bóia para o meio do pantanal.
Aqui, como em todo o lado, ser ou não ser eis a questão!
Lá para os lados da oposição está tudo em pulgas para comentar o caso Freeport. Se não falam ainda acabam por explodir. O primeiro, tem pouco a perder, a pôr a boca no trombone foi o Bloco de Esquerda. Para dar a sensação que não fala do que fala, atirou-se aos PIN e ao licenciamento de há 7 anos. Com estoicidade aguentou-se e não falou de nepotismo. Era lindo Sócrates e os Borgia...
A Manuela tem medo. Medo do contrataque. É que o PS tem gente dentro do BPN e nunca se sabe o que para lá estará a fermentar. E ainda há as negociatas do City.
O Portas tem os submarinos e os sobreiro de Santo Estêvão. Estará calado que nem um pepino.
Mais inteligente, o PCP, vai dizendo que não fala no assunto e assiste deliciado ao lume brando que queima mais que o impetuoso maçarico dos sound byte. É a mesma estratégia da luta dos professores. Porque parou Nogueira a luta em 2008 depois da mega manifestação? Porque a ministra estava por um fio e cairia com o próximo sopro. Era preciso deixar arrastar a luta. O lume brando é a sua arma silenciosa. É e não é. Mata mas não se compromete.
Se o homem chegar a cadáver, então será o regabofe. Todos rasgarão os tecidos em decomposição repartindo os despojos a coice. Todos terão a ganhar.
O "caso freeport" é um autêntico afunda jornais. Em 2005, foi o Independente que trouxe o assunto para a ordem do dia. Desapareceu pouco tempo depois. Agora, em 2009, é o semanário O Sol que faz reemergir a negociata. Parece que lá vai ele parar às mãos dos incorruptíveis negócios angolanos. Ou seja, desaparecer tal qual é. Ou julgam que os angolanos têm os golpes de cintura de Sócrates?